É incrível como as pessoas que lidam com dinheiro público têm, vamos dizer, um comportamento fiscal e bancário heterodoxo, né? Nada é pão-pão, queijo-queijo. Tudo se resolve sempre pelo caminho da exceção, da heterodoxia, da margem…
Por que afirmou isso? Leiam o que informam Rubens Valente e Márcio Falcão, na Folha. Volto em seguida.
O empresário Pablo Alejandro Kipersmit, 70, responsável pelo grupo de software Consist, investigado pela Operação Lava Jato, omitiu à Receita Federal pelo menos R$ 15 milhões em dólares depositados na Suíça e nos Estados Unidos e um imóvel no Uruguai. A informação consta de relatório da Receita que integra a Operação Custo Brasil, deflagrada no último dia 23 e que levou à prisão o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo — solto nesta quarta-feira (29) por ordem do ministro do STF Dias Toffoli.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Kipersmit reconheceu ter “usado os serviços de grupos de lobistas”, entre os quais o ex-vereador do PT Alexandre Romano, para “a contratação da empresa [Consist] no âmbito do acordo de cooperação técnica” com o Planejamento que, de acordo com a investigação, gerou recursos em caixa dois para pagamento de propina a agentes públicos.
A descoberta do patrimônio oculto de Kipersmit no exterior deveu-se a uma iniciativa do próprio empresário, quando passou a ser acossado pelas primeiras investigações da Lava Jato que tocaram nos negócios da Consist. Em setembro de 2015, Kipersmit encaminhou à Receita retificações sobre as declarações do período 2010-2015. No mês anterior, a PF havia deflagrado a 18ª fase da Lava Jato, denominada Pixuleco II, focada nas atividades de Alexandre Romano.
(…)
Retomo
Que coisa bonita, né? Retificar uma declaração não é, obviamente, crime nem prova de má-fé. O sujeito pode cometer um erro, um engano, até um esquecimento. Mas uma retificação de R$ 15 milhões, que estavam em dólares no exterior e na forma de um imóvel?
Ora, tenha a santa paciência!
Dizer o quê? Essa gente, no fim das contas, se encontra e se seleciona, não é mesmo?
Quanto o Ministério do Planejamento achou que era hora de dar uma centralizada nesse troço de empréstimo consignado, achou logo a Consist, cujo dono tem o perfil que se vê.
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