A edição da Folha desta sexta publica pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo, realizada nos dias 23 e 24 de agosto. Traz números de largada muito bons para Celso Russomanno (PRB) e muito ruins para Fernando Haddad (PT) e João Dória (PSDB). Marta Suplicy, do PMDB, se segura bem no segundo lugar, e Luíza Erundina, do PSOL, continua em terceiro com uma intenção de voto bem acima do histórico do seu partido. O horário eleitoral obrigatório começou nesta sexta. Com tempo reduzido e menos dinheiro no caixa dos partidos, pode ter uma influência menor desta vez do que em jornadas anteriores.
Se a eleição fosse hoje, Russomanno teria uma folgada vantagem sobre Marta, que vem em segundo: 31% a 16%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. Em terceiro, está Erundina, com 10%, seguida de Haddad, com 8%, e Dória, com 5%. Tecnicamente, os três estão empatados, mas seria preciso apelar aos extremos opostos da margem de erro para chegar a essa conclusão. Muito provavelmente, a ordem é essa mesmo. No Datafolha divulgado em 15 de julho, ainda que em cenário um pouco distinto, o candidato do PRB aparecida com 25%; e a peemedebista, a psolista e o petista vinham com os mesmos 16%, 10% e 8%, respectivamente. O tucano oscilou de 6% para 5%.
A exemplo do levantamento anterior, Russomanno continuaria a vencer todos os seus adversários no segundo turno. Ainda que na margem de erro, ampliou a vantagem: 63% a 16% contra o tucano (há um mês, 58% a 18%), 60% a 21% contra Haddad (antes, 58% a 19%), 56% a 29% contra Erundina (anteriormente, 54% a 29%) e 51% a 32% contra Marta (em julho, 48% a 31%).
Exceção feita ao candidato do PRB, é Marta quem bate todos os competidores: 50% a 25% contra Dória; 47% a 24% contra Haddad; 41% a 33% contra Erundina. A candidata do PSOL venceria o tucano por 49% a 24% e bateria o petista por 45% a 25%. Num embate que opusesse Haddad e Dória, haveria empate técnico, com o candidato do PT numericamente à frente: 35% a 33%. Há um mês, era o nome do PSDB que tinha um percentual maior: 34% a 30%.
Mudanças
Os cenários não são exatamente comparáveis porque, na pesquisa anterior, Andrea Matarazzo (PSD), hoje vice de Marta, aparecia como candidato. Também estava na lista Marco Feliciano, que não vai disputar.
O que dá para afirmar? Marta mantém os mesmos 16% da jornada anterior, o que significa que, por enquanto ao menos, a composição com Matarazzo não lhe agregou votos. Russomanno, que pertence a um partido que tem grande proximidade com os evangélicos, pode ter se beneficiado com a desistência de Feliciano. Não só isso: entre uma pesquisa e outra, ele foi absolvido pelo Supremo da acusação de peculato.
Avaliação e rejeição
O péssimo desempenho de Haddad também é tradução do que pensa a população sobre a sua gestão, que é ótima ou boa para apenas 17% dos entrevistados; dizem ser regular 35%, e 47% a consideram ruim ou péssima. Isso contribui também para que ele lidere a rejeição: 49% afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. Só uma campanha milagrosa, parece, será capaz de levá-lo ao segundo turno. Há um mês, essa rejeição era de 45%. Nesse quesito, Marta também tem com o que se preocupar: 31% antes e 32% agora; Erundina aparece com 25%, e Dória, com 22%. Também aqui a vida de Russomanno pode ser facilitada: só 18% descartam votar nele.
Ajustar o foco
Vamos ver. A propaganda na TV começou hoje. Terá menos importância desta feita, mas ainda tem poder para alterar cenários. Os números de largada servem para ajustar estratégias. Querem uma consideração? Não creio que os adversários de Russomanno podem se dar ao luxo de preservá-lo dos embates políticos. Querem outra? Acho que bater em Haddad já não rende mais votos a ninguém.
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