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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Uma peregrinação pela liberdade em Belo Horizonte

Com o pessoal do IFL, EPL e Ibmec.

Com o pessoal do IFL, EPL e Ibmec.



Conforme avisei aqui, o blog teve menos atividade no começo desta semana, pois estava em um road show pelas universidades de Belo Horizonte para divulgar o V Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo IFL. Passei por seis universidades no total, e em todas tive ótima receptividade.


O auditório da UNA, primeira do road show, estava lotado, com muitos calouros que se mostraram interessados no tema: o cenário econômico do Brasil. Na FUMEC, segunda da lista, o auditório estava apinhado de gente, faltando lugares para atender à demanda.


A provocação do IFL foi o tema do fórum: qual Brasil queremos? Para falar disso, antes é preciso saber qual Brasil temos, olhar para onde escorregamos, não onde caímos. Minha palestra faz um resumo de como chegamos até aqui, nessa situação periclitante de estagflação. Uso metáforas que facilitam a compreensão por parte dos mais leigos em economia, evitando o jargão da área.


Conto a fábula de uma cigarra que ganhou na loteria e pensou que o verão duraria para sempre. A loteria tem dois pilares externos – crescimento chinês e custo de capital negativo em termos reais nos países desenvolvidos – e dois internos – tripé macroeconômico como herança benigna de FHC e bônus demográfico.


Mas como nenhuma reforma estrutural foi feita nos últimos anos que reduzisse o “Custo Brasil” e melhorasse nossa produtividade, a euforia era infundada, tudo não passou de voo de galinha, uma prosperidade ilusória artificialmente produzida. O inverno chegou, trazendo consigo a estagflação.


Fora isso, o intervencionismo estatal em setores importantes, o planejamento central arrogante, os malabarismos contábeis e truques rudimentares do governo para enganar os investidores, o abandono do tripé macroeconômico, tudo isso levou a uma enorme perda de credibilidade e recuo dos investimentos, além de ter desorganizado a economia toda.


Chegamos a uma encruzilhada: insistir nos mesmos equívocos, dobrar a aposta, pode ser caminhar rumo ao modelo argentino, totalmente fracassado. É preciso mudar. É preciso reverter vários erros, aprovar reformas, soltar amarras estatais e dar mais liberdade ao mercado. Tanto Aécio Neves como Eduardo Campos adotaram mensagem similar.


Fiquei surpreso com a aceitação e compreensão dessa mensagem por parte da imensa maioria das centenas de pessoas que escutaram as palestras. E não falo do público do Ibmec apenas, mas da UFMG também, e do pessoal de odontologia da FAED, que se mostrou ligado ao cenário político-econômico e fez várias perguntas interessantes.


O que não vi foi gente defendendo o governo Dilma. Os petistas sumiram! Dois participantes na Milton Campos tentaram defender especificamente as cotas raciais do governo. Mas rebati seus argumentos, mostrando que não se combate uma injustiça histórica com outra injustiça, e que o governo deveria investir em educação básica de boa qualidade para brancos e negros, em vez de segregar a população miscigenada brasileira em raças. Acusaram-me de “radical”, logo depois de eu reclamar da falta de debate sério no país, substituído por rótulos e slogans em monólogos repetitivos, nos quais a intenção do adversário é colocada em xeque.


Enfim, a peregrinação mineira me encheu de esperanças. Os jovens querem mudanças, e estão abertos ao diálogo, aos argumentos liberais. Mostraram-se preocupados com os destinos do país, e perceberam que, se continuarmos na mesma toada bolivariana, faltará logo empregos. São esses jovens que pagarão o alto preço dos infindáveis equívocos do governo Dilma…


PS: Soube da trágica morte de Eduardo Campos durante o road show, antes da última palestra na federal. Postei o seguinte comentário em minha página de Facebook :


Lamento profundamente a morte de Eduardo Campos e demais. Primeiro, pela tragédia familiar, com a perda de um pai de cinco filhos. Segundo, pois mesmo com várias divergênciaa ideológicas, reconheço nele alguém que tentou elevar o nível do debate político no país. A democracia sai empobrecida. Muito triste…


Rodrigo Constantino







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