Lembram-se daquele tempo em que os mercados reagiam mal à possibidade de mudança no cenário eleitoral? Há muito tempo já, temos o contrário: eles reagem bem é quando surge a perspectiva de uma troca de guarda no governo.
Neste terça, o país poderia estar sofrendo os efeitos de um mal chamado “TPP”, a Tensão Pré-Pesquisa. Existem, sim, apreensão e expectativa, como sempre, mas os augúrios do mercado são otimistas porque se avalia que o cenário eleitoral será contrário a Dilma Rousseff.
A aposta é que Marina aparecerá no Ibope tecnicamente empatada com a presidente, talvez ligeiramente atrás nos números — estamos falando de um intervalo entre 28% e 32%. Diz-se que o tucano Aécio Neves pode se conservar no patamar dos 20%. Aumenta o otimismo de quem lida com expectativas o boato de que Marina aparecerá à frente de Dilma no segundo turno.
Esse governo conseguiu uma espécie de unanimidade contrária dos agentes econômicos.
Se, antes, a possibilidade de ascensão de Aécio é que trazia certa euforia, agora, todos já se animam com Marina mesmo, por mais que ela possa ser considerada ainda uma incógnita.
Isso é curioso: mercados são, por natureza, conservadores. Por mais que não gostem de determinadas regras, lidam com elas: repudiam é a imprevisibilidade. No governo Dilma, deu-se um curioso fenômeno, talvez único no mundo: o imprevisível estaria na preservação do governo, de tal sorte que os agentes econômicos preferem uma Marina ou um Aécio, ainda que não saibam exatamente o que eles pretendem fazer se eleitos, a uma Dilma que já conhecem.
Parece que uma tragédia pode, sim, até ajudar a eleger Marina. Mas, independentemente de qualquer coisa, tem-se a impressão de que o governo padece de fadiga de material.
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