Em entrevista à Folha, na segunda, Eduardo Giannetti, um dos cardeais do marinismo, afirmou que, se eleita, Marina Silva gostaria de contar com o apoio dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardozo e Luiz Inácio Lula da Silva. Não tardou para que recebesse um aceno do tucano. Num seminário de que participou na própria segunda, FHC reagiu à fala de Giannetti com um sinal de assentimento, ainda que de forma oblíqua: afirmou que gostaria de contar com Marina num eventual governo Aécio.
Ora, se a gente for pôr o devido pingo no “i”, parece que o ex-presidente está, sim, a dizer que a parceria é possível, ainda que ele imagine outro cenário, com Aécio Neves liderando, então, essa nova composição.
Ocorre que as coisas não são exatamente como parecem, não é mesmo? Caso Marina Silva dispute um segundo turno com Dilma Rousseff, dá-se de barato que a esmagadora maioria do eleitorado de Aécio migraria para a candidata da Rede. Mas não se term como plausível que os marineiros convictos votassem em Aécio no caso de ser ele a disputar a etapa final com a petista.
Não dá para esquecer o comportamento de Marina na eleição de 2010? Ela ficou em terceiro lugar, conseguindo mais de 20 milhões de votos. E, como se considera diferente dos demais políticos, manteve-se neutra: para ela, tanto fazia a vitória de Dilma ou de José Serra. Caso tivesse optado por um dos lados, isso não dignifica que seu eleitorado a tivesse seguido, mas seria um sinal de aposta na mudança de rumo. Mas ela não o fez.
Assim, vejam que curioso: Marina ascende no primeiro turno com o discurso “nem tucanos nem petistas”, mas conta mesmo é com os votos dos tucanos no segundo turno, certo?
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