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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Por que tanto esforço para impedir as investigações na Petrobras?


A Petrobras é uma espécie de estado paralelo, tamanho o poder que concentra. Na era lulopetista, a estatal virou a “menina dos olhos” de muitos grupos organizados de interesses. Pré-sal, programa de investimentos de magnitude nunca antes vista na história deste país, nacionalismo tacanho de volta, tudo isso alimentou um quadro de abuso da empresa por parte dos oportunistas de plantão. Era questão de tempo até que os escândalos começassem a eclodir…


Agora, o governo do PT faz de tudo para impedir investigações na estatal. Quem não deve não teme, diz o ditado. O que o PT tanto teme? Podemos apenas especular, mas o tamanho do buraco deve ser mesmo gigantesco. A pergunta-chave foi feita pela jornalista Dora Kramer em sua coluna de hoje: “se não há nada de errado na Petrobras, qual a razão de tanto esforço para impedir que as investigações sobre os negócios da companhia, com destaque para a compra da refinaria de Pasadena, prosperem de maneira independente?” Diz Kramer:


Nos últimos dias de março, há pouco mais de quatro meses, a presidente da empresa, Graça Foster, informou sobre a abertura de uma comissão de inquérito interna que em 45 dias iria apurar os fatos relativos à compra da refinaria.


“Não sobrará pedra sobre pedra”, avisou em entrevista ao jornal O Globo, sugerindo rigor e transparência nos procedimentos.


De lá para cá, no entanto, o que se viu não foi uma demolição de entraves aos esclarecimentos. Observa-se, antes, a construção, pedra sobre pedra, de barreiras de proteção em torno de diretores, ex-dirigentes e tudo o mais que diga respeito à Petrobrás.


Proteção à empresa? Não foi isso o que se fez permitindo-se o uso político dos preços dos combustíveis e a desvalorização de suas ações.


A blindagem se dá mediante a ação conjunta da estatal, do governo e de seus aliados no Congresso. Os diretores em princípio responsabilizados pelo Tribunal de Contas da União pelo prejuízo de US$ 792 milhões terão a cobertura das despesas com as multas, ressarcimentos e custos com advogados garantidos por seguro da própria Petrobrás.


Os escândalos da Petrobras e a tentativa de gente ligada ao governo barrar as investigações foram temas do editorial do Estadão de hoje também. Diz o jornal:


Sobe sem cessar o nível das águas turvas do escândalo da CPI da Petrobrás no Senado. Trata-se, como se sabe, do preparo e repasse das perguntas que seriam respondidas em depoimentos à comissão – também conforme acerto prévio com agentes petistas e altos funcionários da empresa – por ex-dirigentes e a sua atual presidente, Graça Foster, sobre a desastrosa aquisição da Refinaria de Pasadena, autorizada em 2006 pela então chefe do Conselho de Administração da estatal, Dilma Rousseff.


[...]


Agora, prepara-se outra farsa para desmanchar a original e tirar quanto antes o assunto do noticiário. Trata-se da sindicância de 90 dias que o presidente do Senado, o notório Renan Calheiros, acaba de anunciar para “apurar as responsabilidades de quem as tenha” na história das perguntas recebidas com antecedência pelos depoentes para resultar em respostas combinadas. Se outras razões não houvesse, a iniciativa é suspeita pelo singelo fato de que ninguém no Congresso superou Calheiros na jogada a quatro mãos com Dilma para eliminar no nascedouro qualquer tentativa de apurar a sério os podres da Petrobrás.


Diante de um esforço hercúleo desses para impedir qualquer investigação séria na estatal, só podemos concluir uma coisa: os desvios ocorridos em Pasadena são apenas a ponta do icaberg, fichinha perto do que deve ter escondido embaixo do tapete. A refinaria em Abreu e Lima, por exemplo, já custou mais de vinte bilhões de dólares, dez vezes o orçamento inicial.


Não é preciso chamar Sherlock Holmes para nos dizer o que se passa na estatal. Mas talvez seja preciso um detetive como o das histórias da Scotland Yard para desvendar o paradeiro da fortuna que deve ter sido desviada da empresa que era orgulho do povo brasileiro antes do PT chegar ao poder. O problema é que não o deixariam realizar as investigações necessárias…


Rodrigo Constantino







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