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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Com uma única fala, presidente do PT ameaça Dilma e tenta ameaçar a oposição. Os petistas que se entendam, ora!

Dilma precisa se benzer. Eu, no lugar dela, faria até uma novena. Neste quinta-feira, Rui Falcão, presidente do partido, resolveu mandar dois recados, tudo embalado numa espécie de ameaça — além de dizer uma porção de barbaridades. Vamos lá.


De saída, Falcão fez de conta que o eleitor não existe e que eleições são desnecessárias. Segundo disse, Luiz Inácio Lula da Silva, “se quiser”, pode voltar “com tranquilidade” em 2018. Fosse um democrata convicto, Falcão diria “voltar a ser candidato”. Mas não! Ele se refere à Presidência mesmo, sem escalas. Até parece que Lula tem mandato vitalício. Ainda que as pesquisas, hoje, possam indicar eventual vitória no primeiro turno se candidato fosse, quem disse que será assim em 2018?


Mas esse não foi o centro da sua fala, não. Indagado se a candidatura da presidente Dilma é irreversível, com aquele ar peculiarmente sinistro, afirmou: “Irrevogável, irreversível, só a morte, mas não há nenhuma razão para supor que ela não será nossa candidata”. Ou, dito de outro modo, o PT trabalha, sim, com a possibilidade de que Dilma possa não se candidatar. Acrescente-se, de resto, o mau gosto de uma fala como essa referindo-se a alguém que se tratou de um câncer bastante grave não faz muito tempo. Poderiam dizer: “Ah, mas o Lula também!” É verdade! Só que a presidente, no momento, é ela, não ele. Mais um pouco, e Falcão lamenta o bom estado de saúde da presidente.


Curiosamente, no mesmo dia em que ficou jogando urucubaca na presidente, Falcão tratou do caso Petrobras, depois de uma reunião com jovens, alguns deles envolvidos com os protestos de junho. Chamou de “impatriótica” o que considerou uma “campanha contra a Petrobras”. Vale dizer: o presidente do PT aparece achar que a apuração de lambanças é falta de… patriotismo. Cumpre lembrar que a Polícia Federal, não a oposição, abriu três inquéritos para apurar operações suspeitas na estatal.


Falcão afirmou ainda: “É um ataque à Petrobras. São os mesmos que colocaram um ‘x’ na Petrobras para torná-la palatável ao mercado; que foram contra o regime de partilha, e o Aécio (Neves) está aí dizendo”.


Vamos esclarecer. No governo FHC, fez-se um estudo para que a Petrobras passasse a se chamar “Petrobrax”. Considerava-se, não entro no mérito, que isso reforçaria o seu caráter de empresa de alcance global. O PT inventou a mentira deslavada de que isso era parte de uma operação para privatizar a Petrobras. Nunca aconteceu. Tanto é assim que na estatal criou, em 1976, a linha de produtos “Lubrax”, não “Lubras”. Esse, definitivamente, não é o “x” da questão. Quanto ao regime de partilha, a oposição é e tem de ser crítica mesmo! Está se revelando ruinoso para a estatal brasileira.


Mas o “x” mesmo da questão é outro. Ao ligar os dois temas — a não irreversibilidade da candidatura de Dilma e a investigação das lambanças na Petrobras —, Falcão está mandando um recado tanto a Dilma como às oposições. Está dizendo a ela: “Não pense que nós a manteremos candidata caso seja grande o risco de derrota”. Aos adversários: “Não insistam no assunto Petrobras, ou a gente chama o Lula de volta”.


Bem, dizer o quê? Quem será o candidato do PT, convenham, é problema do PT. Lula e Dilma que se entendam. Que existe muito lulista vibrando com o calor que Dilma está passando com a Petrobras, ah, isso existe. O lulismo finge ignorar que a empresa se transformou na casa de horrores justamente no governo… Lula.







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