Apesar do Partido Republicano ter perdido a maioria na Câmara dos Deputados, no Senado manteve sua folgada maioria. Esta eleição é conhecida como “midterm election”, justamente porque acontecem em meio ao mandato presidencial. Por isso, as eleições legislativas são vistas como uma espécie de “plebiscito" sobre o governo: uma vitória do Partido do Presidente nas urnas indica aprovação popular e uma derrota mostra insatisfação.
No caso presente não houve derrota. Nem mesmo empate, como é possível constar lendo a reportagem que segue de autoria do jornalista Henrique Gomes Batista, correspondente do jornal O Globo nos Estados Unidos.
Creio que o conteúdo desta matéria dá para ter uma ideia bastante precisa da política norte-americana e sobre as possibilidades de Donald Trump ser eleito para um segundo mandato. Acresce a esta previsão o fato da excepcional recuperação da economia norte-americana que havia ido para o vinagre durante os dois mandatos de Obama. Leiam:
Com a conquista da maioria na Câmara dos Representantes pelos democratas, na última terça-feira, a vida de Donald Trump deve ficar um pouco mais difícil, com obstáculos para seus projetos e a possibilidade da abertura de investigações sobre seu governo e sua campanha de 2016. Apesar disso, o republicano está longe de ter sofrido uma derrota política arrasadora. Pelo contrário: analistas afirmam que ele não apenas reforçou sua posição dentro da legenda, como as disputas estaduais e para o Senado indicam que segue competitivo para conquistar mais quatro anos na Casa Branca.
No caso presente não houve derrota. Nem mesmo empate, como é possível constar lendo a reportagem que segue de autoria do jornalista Henrique Gomes Batista, correspondente do jornal O Globo nos Estados Unidos.
Creio que o conteúdo desta matéria dá para ter uma ideia bastante precisa da política norte-americana e sobre as possibilidades de Donald Trump ser eleito para um segundo mandato. Acresce a esta previsão o fato da excepcional recuperação da economia norte-americana que havia ido para o vinagre durante os dois mandatos de Obama. Leiam:
Com a conquista da maioria na Câmara dos Representantes pelos democratas, na última terça-feira, a vida de Donald Trump deve ficar um pouco mais difícil, com obstáculos para seus projetos e a possibilidade da abertura de investigações sobre seu governo e sua campanha de 2016. Apesar disso, o republicano está longe de ter sofrido uma derrota política arrasadora. Pelo contrário: analistas afirmam que ele não apenas reforçou sua posição dentro da legenda, como as disputas estaduais e para o Senado indicam que segue competitivo para conquistar mais quatro anos na Casa Branca.
— Hoje vejo Trump como o favorito em 2020 — afirmou ao GLOBO Gary Nordlinger, professor da Escola de Gestão Política da Universidade George Washington, na capital americana. — A base de Trump continuou fiel aos republicanos em estados que podem fazer a diferença no Colégio Eleitoral.
Esse resultado reforça a tendência verificada nas eleições de 2016, quando Trump conseguiu ser eleito presidente mesmo tendo recebido 2,9 milhões de votos a menos que a democrata Hillary Clinton. O republicano venceu nos estados com menor população e em áreas mais rurais, mas que têm um número definido de delegados no Colégio Eleitoral — e são estes que definem o presidente. Ou seja, ter uma grande margem de votos populares em estados como Nova York ou Califórnia, como ocorreu com Hillary, não garante a vitória se o candidato não conquistar estados estratégicos. As eleições intermediárias mostraram isso: a resistência a Trump pode ter aumentado em locais já não eram dele, mas o presidente mostrou força e ganhou fôlego nos redutos favoráveis a seu ideário.
Vitórias relativas
A conquista de ao menos três cadeiras no Senado para os republicanos, em locais importantes como Indiana, mostra a força de Trump no interior. Por ser uma disputa majoritária, com um vencedor por estado, o Senado reflete melhor o cenário nacional do que as eleições para deputados. Assim, ter mantido e ampliado a maioria republicana entre os senadores é um bom sinal para o presidente. O partido de Trump ganhou, além de Indiana, as vagas de Dakota do Norte e Missouri, enquanto os democratas conseguiram “roubar” apenas Nevada. A apuração seguia aberta em Arizona (com vantagem para democratas), Mississippi (com republicanos na frente) e Flórida (onde haverá recontagem).
Neste tabuleiro político, mesmo vitórias democratas podem ser relativizadas. A oposição, além de reconquistar a maioria na Câmara, venceu em ao menos sete estados nas disputas para governador: Kansas, Wisconsin, Michigan, Nevada, Novo México, Illinois e Maine. Nos quatro últimos, porém, Hillary venceu na disputa de 2016, ou seja, são estados que estavam historicamente tornando-se democratas. Perder Kansas e Wisconsin podem ser consideradas derrotas para os republicanos, mas que são “anuladas” pela manutenção de Ohio e, ao que tudo indica até o momento na apuração, Flórida e Geórgia.
— Os democratas nunca chegaram à Presidência sem vencer em Ohio — afirmou Nordlinger. — O cenário indica que a disputa de 2020 será mais apertada que a vitória de Trump há dois anos (quando teve 306 dos 538 votos do Colégio Eleitoral) e que Ohio e Flórida (que juntos somam 45 delegados, ou 16,6% do necessário para alguém chegar à Casa Branca) serão fundamentais.
A forma como o Partido Republicano conseguiu manter distritos em estados como Kentucky indica que, para regiões desse tipo, Trump está firme. Mas, ao dobrar a aposta no tipo de retórica que agrada o seu eleitorado cativo, ele corre o risco de aumentar a motivação de forças contrárias mesmo em estados tradicionalmente conservadores.
— Nesses estados vemos crescimento de zonas metropolitanas mais diversas e instruídas, que tendem a votar nos democratas — afirmou Geoffrey Kabaservice, diretor de estudos políticos do Centro Niskanen e autor de livros sobre o avanço do radicalismo no Partido Republicano. — Perder posições em Kansas ou Oklahoma, em parte por questões como o aumento do custo de planos de saúde com as mudanças criadas por Trump, pode ser um sinal de alerta.
O fato de republicanos moderados terem perdido espaço na legenda — fato comemorado pelo próprio presidente, que ironizou os derrotados que não pediram seu apoio — mostra que Trump está controlando o partido. Vale lembrar que, há dois anos, ele era visto como outsider, e hoje sua posição é hegemônica na legenda:
— Não tenho dúvidas de que Trump terá a indicação do partido (para concorrer à reeleição) se quiser — disse Kabaservice. — É possível que algumas forças tentem lançar um outro nome, mas hoje isso não seria viável.
Democratas sem nome
Há quem pondere que há sinais de alerta para Trump. A forma como os democratas ganharam distritos — 30 — em um ano de pleno emprego e crescimento econômico indica vigor.
— Os democratas obtiveram ganhos significativos em todo o país, venceram as eleições nacionalmente por uma diferença entre sete e oito pontos percentuais, reconquistaram a Câmara e sete cadeiras de governadores. Trump não é tão impopular nem a economia é ruim o suficiente para garantir uma vitória maior — afirmou Simon Rosenberg, presidente do grupo de estudos Nova Rede Democrata. — Sim, perdemos em alguns lugares, mas vencemos em muitos outros. Ver Trump mais forte é como dizer que o Brasil venceu a Argentina por 3 a 1 em uma partida amistosa, mas acha que deveria ter sido por 5 a 1 e, portanto, foi ruim. Esta foi uma eleição terrível para Trump.
O que falta aos democratas, para muitos analistas, é um discurso capaz de unir o país:
— Vimos muito voto de protesto, mas ainda não há um nome que una os democratas e não está claro que projeto de país vão oferecer em 2020 — disse Nordlinger. — Democratas passaram muito tempo defendendo imigrantes, ok, mas em que eles vão tornar a vida dos meus filhos melhor que em um governo republicano? Do site do jornal O Globo
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