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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Xucros não se conformam com seus erros e buscam bodes expiatórios

Olhem cá, meus caros, não aderi antes e não vou aderir agora à baixaria. Há coisas das quais o tempo se encarrega.

Não pensem que eu ignorava o que viria quando decidi criticar a direita xucra — e parte dela ainda quer derrubar Michel Temer, note-se. E não o quer por convicção, mas por interesse mesquinho — ainda que grandes mesquinharias.

Quando publiquei, às 6h11 do dia 13 de fevereiro, o primeiro post empregando a expressão “direita xucra”, antevi a explosão de ódio.

Àquela altura, já sabia que ajuntamentos de direita recorriam a métodos que tinham sido consagrados pela esquerda, em especial pela tal rede de blogs sujos: financiamento oculto, eleição de bodes expiatórios, resposta energúmena a questões que, por óbvio não compreendem etc.

Sim, quando Lula tinha algo em torno de 80%, aprendi o preço da divergência em tempos democráticos… O da ditadura eu já conhecia — “flagrado” que fui pelo DOPS aos 16 anos. Na era das redes sociais, corre-se menos risco de ser fisicamente espancado. A agressão se dá no terreno moral.

E, ora vejam, a vida me oferece a oportunidade de conhecer a resistência à ditadura, de ser o alvo preferencial da esquerda triunfante (na era PT) e de excitar a fúria dos algozes da direita xucra.

Estão furiosos comigo porque antevi, com precisão milimétrica, para onde estavam empurrando o país. Eu acertei. Eles erraram e foram intelectualmente humilhados.

Desesperados, vislumbram que a única solução é mesmo “prender Lula amanhã”. E vituperam contra aqueles que não aderem ao jogo rasteiro.

O que escrevi neste blog, falei na rádio e escrevi na Folha sobre o depoimento de Lula a Sérgio Moro caiu, entre amorais, como uma bomba de moral efeito (para distinguir da de efeito moral). Fazer o quê? Noto: a turma ficou perturbada; não quer dizer que tenha aderido ao bom senso.

Nunca fui partidário do terror jurídico — em nenhuma operação. Nem contra o PT nem contra ninguém.

Gosto que leiam e que acompanhem no rádio e na TV as minhas opiniões. Mas jamais escrevi um maldito post para ganhar “cliques”, para “causar” ou para atender ao alarido. Também me nego a usar os meios audiovisuais para excitar ignorantes e rancorosos.

Não tenho opiniões que começaram a ser emitidas anteontem. Um blog de 12 anos já é uma “obra”, com todas as infinitas aspas que o jornalismo merece ao se empregar tal palavra.

Nunca duvidei de que o PT se constituíra como um organismo de assalto aos cofres e ao Estado de Direito. Eu comecei a fazer essa crítica em 2000, referindo-me ainda a Santo André.

Ao longo dos anos, ao vocábulo “petralha”, criado há mais de 17 anos, outras palavras e expressões se juntaram, como “esquerdopata”, “Babalorixá de Banânia”, “Remelentos & Mafaldinhas” … E vai por aí.

Na verdade, evidenciei que, no mercado das ideias — que não precisam ser necessariamente ideias de mercado —, havia um filão a ser explorado. E outros seguiram.

Mas demorou. Demorou muito! As pessoas tinham medo. Alguns boquirrotos antipetistas de agora estavam de joelhos para o partido. Como cai bem a canalhas, são servis a quem manda, não importa o mandamento.

Os que já não se lembram procurem saber o que foi o movimento que foi apelidado de “Cansei”, criado em 2007. Um de seus representantes era o atual prefeito de São Paulo, João Doria.

Ele e outros que mostraram a cara apanharam muito. A única pessoa com presença na grande imprensa que defendeu o movimento fui eu. Se quiserem leiam um post de 2007.

Quando o “Escola Sem Partido” começou, abri as páginas no meu blog para a iniciativa. Discordo é que a questão seja judicializada.

Não reclamo, não! Nem me defendo. Como diria o juiz Sérgio Moro, estou apenas “contextualizando” as coisas.

De volta a Lula
Na verdade, jamais me senti tão satisfeito nesta profissão. Eu não dependo da caridade de estranhos para existir.

A situação de Lula se agrava. Sozinho, o inquérito-mãe, que está no Supremo, já pode ser uma bomba poderosa. A delação de João Santana e Mônica Moura o colocam, com Dilma, no centro de novo furacão. E ainda há Antonio Palocci a abrir o bico.

Há motivos de sobra para tentar responsabiliza o petista pelos desastres políticos, econômicos e éticos que tomaram conta do país.

Mas não vá nunca o juiz sair das quatro linhas. Ou reajo. Afinal, um magistrado, de qualquer instância, tem poder demais para transformar a lei num exercício solipsista de livre interpretação.

Moro errou. E não há criminalista sério, pouco importa a ideologia, que não tenha chegado à mesma conclusão.

Não tenho tempo para as demandas dos ressentidos.

Aqueles que têm preço não conseguem entender a natureza dos que não têm.

Xucros!

 



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