Santo Deus! Maranhão mal assumiu a Presidência interina da Câmara e já vai cair. O PP lhe impôs uma condição para não expulsá-lo, o que poderia conduzir à perda do mandato: que ele renuncie ao comando da Casa, o que permitirá que se eleja um novo presidente. O homem ainda está um tanto reticente, mas tende a aceitar. A alternativa é bem pior. Os deputados decidiram que, com ele, não há jogo.
Maranhão, ora vejam, um ex-faz-tudo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente afastado da Câmara, conta agora só com o apoio das esquerdas: PT, PCdoB e PSOL. Os dois primeiros, vá lá, são governistas e instrumentalizaram o trapalhão para tentar bagunçar o impeachment. Mas e o PSOL? Eis aí: está revelada, como nunca antes, uma natureza. O partideco — refiro-me à moral dos valentes — que se quer o adversário qualificado de Cunha não vê problema em se juntar com Maranhão.
Nesta teça, ficou claro que ele não vai conseguir presidir coisa nenhuma. Logo na primeira reunião do dia, oito dos outros nove membros da Mesa renunciaram a seus respectivos postos. Só Luíza Erundina (SP), do PSOL, manteve o apoio ao valente.
O deputado ainda quis apresentar uma solução intermediária: ele aceitaria se licenciar para assumir um cargo no… governo do Maranhão, liderado por Flávio Dino (PCdoB), um dos Três Patetas que atuaram naquela patuscada da anulação da votação do impeachment, depois revista. O terceiro trapalhão foi José Eduardo Cardozo.
Reitero o meu ponto: chegou a hora de ser didático com tipos assim. O que Maranhão fez, ao tentar anular as sessões do impeachment da Câmara, é coisa grave. Fere frontalmente o Inciso IV do Artigo 4º do Código de Ética e Decoro Parlamentar. Se não for expulso do PP, este senhor tem de ser denunciado ao Conselho de Ética. A sua própria intenção de cair nos braços do governador Flávio Dino vale como uma confissão adicional.
Atenção! Os partidos favoráveis ao impeachment têm de denunciá-lo à Comissão de Ética é já. O Congresso só será melhor no dia em que tipos assim encontrarem pela frente o rigor da Constituição, das leis e dos dispositivos regimentais.
Se queremos um Parlamento melhor, gente como este senhor tem de ser apresentado às normas da democracia.
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