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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Minha coluna na Folha: “Dilma, Marina e o diabo”

Leiam trecho da coluna da Folha:

Por mais que alguns torçam por isto, ainda não chegou a hora de eu ir criar galinhas, mas a tentação é grande. Às vezes, vem aquela preguiça enorme, a acídia, que alguém definiu certa feita como “entristecer-se do bem divino”… O Brasil fica muito chato com os mortos que procriam, a reivindicar mais quatro anos para que possam fabricar mais 40 de atraso. A alternativa são ilusões redentoras não menos defuntas a disputar um lugar no futuro. Não nos dispersemos, no entanto. Mas sem essa de “vamos juntos, de mãos dadas”. Tou fora! Pensamento em grupo é formação de quadrilha intelectual.


Não achei que viveria o bastante para ver um argumento meu no horário eleitoral do PT, mas vi. Justo eu, o cara que cunhou o termo “petralha”, que foi parar na lista negra, elaborada pelo sr. Alberto Cantalice, chefão do partido, das nove pessoas que fazem mal ao país. Sabem como é… Não sou herói do povo brasileiro, como José Dirceu e Delúbio Soares. Só dois presidentes foram eleitos acima dos partidos, notei no meu blog: Jânio Quadros e Fernando Collor. O primeiro deu no que deu. O segundo também. É claro que eu estava criticando o discurso de Marina Silva. Os petistas gostaram e levaram a observação ao ar. Franklin Martins e os blogueiros sujos não conseguiram ter uma ideia melhor do que a minha. O ex-ministro estava ocupado demais escrevendo asnices no site “Muda Mais” sobre a independência do Banco Central…


“Terrorismo!”, gritaram os marineiros. Não! É história. O chamado “Eixo 01″ do programa de Marina, intitulado “Estado e Democracia de Alta Intensidade”, deixa no chinelo o Decreto 8.243, o destrambelho de sotaque bolivariano de Gilberto Carvalho –Dilma só é a “laranja” da proposta. Lá no tal “eixo” está escrito que “a política brasileira vive, atualmente, uma das crises de legitimidade mais agudas da democratização”. E o texto prossegue: “Tornou-se comum a ocupação do espaço público por cidadãos que não pretendem mais delegar tudo a seus governantes”. Então tá.

(…)

É um escândalo intelectual que aquela glossolalia autoritária, disfarçada de “democracia de alta intensidade”, não tenha sido destrinchada pela imprensa. Em vez disso, preferiu-se dar destaque à religiosidade de Marina. Suas considerações sobre o universo LGBT –e não consigo, de fato, imaginar nada mais urgente no Brasil…– em nada diferem, em substância, das feitas por Dilma ou Aécio. Mas a máquina de difamação petista resolveu caracterizá-la como homofóbica. Parece que ela lê a Bíblia antes de tomar decisões. E daí? Logo se viu nisso um mal terrível. Bem fazia Stálin, por exemplo, que lia livros de linguística antes de mandar matar.


Acreditar em Deus nunca foi um problema no Brasil. Não acreditar em Deus nunca foi um problema no Brasil. Só a democracia, que deu à luz Dilma e Marina, pode salvar crentes e ateus das tentações do demônio do autoritarismo.


Leiam a íntegra da coluna na Folha







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