Setenta anos do Dia D, o dia do desembarque dos soldados aliados na Normandia. Símbolo da definitiva entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra, para virar de vez o jogo e começar o processo de derrota dos nazistas. Algumas lições importantes podem ser extraídas disso tudo.
Em primeiro lugar, lembrar que o critério de bem e mal, certo e errado, não é tão relativo assim. Havia uma clareza maior, uma objetividade maior de quem lutava pelo que é certo, e quem estava do lado errado. Hoje em dia essa clareza moral se perdeu em um mundo com excesso de relativismo.
Em segundo lugar, lembrar que a paz não é preservada com diplomacia apenas, e que muitas vezes o uso da força se faz necessário. Os pacifistas românticos acham que é possível lutar pela paz com discursos bonitos e camisas brancas, mas ignoram que do outro lado pode ter um Hitler. Não se resolve tudo com um chá, e crer nisso é algo muito infantil.
Em terceiro lugar, lembrar do papel essencial de liderança dos americanos na vitória, pois sem eles, em especial seus soldados, o mundo poderia ser um lugar bem diferente hoje. Imbuídos de patriotismo, de um nobre senso de responsabilidade no combate contra a tirania, aqueles jovens militares arriscaram as suas vidas – e muitos as perderam – para preservar nossas liberdades. Toda homenagem é pequena perto do que fizeram.
Por fim, lembrar que quando há um inimigo muito perigoso e organizado, uma aliança tática até mesmo com outros inimigos, como os soviéticos, pode ser a única saída. Churchill mesmo disse que teria um ou outro elogio a fazer ao Diabo se fosse para derrotar Hitler. O inimigo do meu inimigo pode não ser meu amigo, mas pode ser um aliado momentâneo precioso. Pragmatismo é crucial no mundo real.
Infelizmente, essas lições se perderam no mundo atual. O próprio presidente Obama é o ícone de uma mentalidade diferente, que nega o papel excepcional dos americanos na garantia de um mundo mais livre, e abraça o relativismo moral que mistura no mesmo saco povos e regimes decentes e nefastos. Em Esquerda Caviar , escrevi:
O patriotismo passou a ser visto como algo tacanho, ultrapassado, confundido com o nacionalismo boboca. O verdadeiro patriota, segundo a esquerda, é o dissidente, o traidor de guerra, não o soldado que luta pela pátria. Obama e seus camaradas da esquerda são “cidadãos do mundo”, como se não fosse possível se considerar um cidadão globalizado e, ao mesmo tempo, reconhecer a posição de destaque dos Estados Unidos nesse mundo, como locomotiva da liberdade. Ben Shapiro, em Bullies, resume a questão do ponto de vista dos americanos:
Se você acha que os Estados Unidos não devem desempenhar um papel de liderança no mundo, você não é um patriota. É simples assim. Patriotismo não exige que você acredite que a história americana está livre de erros. Isso seria leviano e sem sentido. Ele exige, no entanto, que você reconheça que a ideologia fundadora dos Estados Unidos é a melhor ideologia de governo na história da humanidade, que os militares dos Estados Unidos têm sido a grande força de luta pela liberdade na história do mundo, que não é preciso pedir desculpas pela América, mas lutar por ela.
A esquerda caviar pode não gostar, mas nem por isso deixa de ser verdade: os militares americanos têm atuado como a grande polícia do mundo, e esse papel tem um saldo bastante positivo para todos nós – ainda que tenha custado muito caro aos pagadores de impostos americanos. Querendo ou não, vivemos sob a Pax Americana, e o sucesso traz consigo um fardo. Os americanos souberam respeitar essa responsabilidade até agora. Se a paz dependesse dos discursos bonitos da esquerda ou da coragem e da determinação da ONU…
O Dia D completa 70 anos. Uma boa data para homenagear todos aqueles militares americanos que lutaram para salvar o mundo do nazismo, e que depois iriam novamente lutar para salvar o mundo do comunismo. Os dois monstros ideológicos do século 20 foram combatidos – e derrotados – pelos militares americanos. E ainda tem gente que cospe neles como se fossem os grandes inimigos da liberdade?!
PS: Recomendo a todos que não viram a série “Band of Brothers”, que é espetacular. Foi co-produzida por Tom Hanks e Steven Spielberg, e lançada pela HBO em 2001. Tenho ela em casa para rever de vez em quando as melhores cenas. Abaixo, a cena do Dia D:
Rodrigo Constantino
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