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domingo, 23 de março de 2014

Delfim Netto sobre a ameaça comunista em 1964


Fonte: GLOBO



Não sou, como muitos sabem, admirador de Delfim Netto. Respeito sua inteligência, mas seu legado econômico, em minha opinião, é bem negativo. No mais, já o chamei de “Sarney da economia”, pois, afinal, são 50 anos em torno do poder. Mas nada disso é motivo suficiente para eu ignorar seu parecer sobre o clima político de 1964, tema na ordem do dia.


Em entrevista ao GLOBO, Delfim afirmou categoricamente que havia um risco real de o Brasil virar uma grande Cuba. Diz isso mesmo hoje, próximo daqueles que, na época, desejavam tal destino nefasto para o Brasil. Segue um trecho da entrevista:


O senhor diria que 1964 foi uma revolução ou golpe militar?


Pode escolher a palavra que quiser. Se recuperar as informações, vai ver que a sociedade estava em pânico. O governo não existia, estava completamente desorientado. Havia uma desconfiança brutal entre a sociedade e o governo. Aquelas passeatas todas não caíram do céu.


Mas o senhor acreditou no fantasma do comunismo?


Você acredita que era fantasma? É óbvio que existia uma ameaça. Pior, não era de comunistas; era de ignorância.


Como assim?


Na verdade, era uma tentativa de fazer um curto-circuito e substituir o sistema. Eu dou risada agora. Porque diziam: “Eram todos democratas”. Mas não tinha um democrata.


Qual o legado de 1964?


O que estamos vivendo é um legado de 64. A atual Constituição, por exemplo. A História tem todo um processo, o que aconteceu e o que resultou no que estamos hoje. O Brasil hoje é um país muito melhor do que foi no passado.


Necessariamente, deveríamos ter passado pela experiência militar?


Não necessariamente. Isso é um marxismo de pé quebrado. A História passou por onde tinha de ter passado. Ou melhor, por onde o acidente a levou.


Poderia ter sido pior na época?


Poderia ter sido uma Cuba ou Coreia do Norte. O parque jurássico está aberto para mostrar o que seria.


Infelizmente, muitos ignoram o contexto daquela época e aceitam, sem críticas, a versão mentirosa de que essa turma hoje no poder lutava pela democracia na década de 1960, e que não havia o menor risco de o Brasil ser dominado por comunistas. Falso. E falso.


Rodrigo Constantino








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