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segunda-feira, 31 de março de 2014

Kassab lança a sua pré-candidatura ao governo de SP. É pra valer?

O ex-prefeito Gilberto Kassab lançou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo durante um evento do partido na capital. Lançou, mas com prudência. Diz um velho ditado que, “em tempo de muda, jacu não pia”. Ou por outra: quando o cenário está meio incerto, melhor é esperar. Ou ainda: o negócio é cruzar para o outro lado, mas não incendiar os navios — vai que seja preciso voltar. A candidatura é irreversível? Mais ou menos. Ou nas suas palavras, segundo informa a Folha: “A legislação eleitoral não nos permite fazer nenhuma referência à candidatura. É evidente que uma pré-candidatura é um indicativo forte da vontade do partido, uma tendência praticamente irreversível”.


Poderia ser mais incisivo, mas o cenário nacional se tornou também muito instável. O PSD é um partido da base do governo, mas, em São Paulo, tem um eleitorado nada identificado com o partido — aliás, Fernando Haddad é um bom cabo eleitoral do ex-prefeito, não é mesmo?, com a rua espetacular ruindade.


De todo modo, o que faz sentido na forma como Kassab se movimenta é, sim, candidatar-se. Não gosto, e já escrevi aqui diversas vezes, desse jeito excessivamente pragmático de Kassab fazer política, mas ele é, inegavelmente, um dos operadores mais astutos que estão por aí — e nem empresto à palavra um sentido pejorativo. Ele sabe, no plano mais geral, que há sinais de decadência do petismo e aposta, também, no que considera fadiga de material dos tucanos em São Paulo. Busca se apresentar como alternativa a essa polarização — mesmo terreno em que transita Paulo Skaf (PMDB).


É difícil que consiga chegar a um segundo turno. A menos que o cenário nacional mude radicalmente, a tendência é que apoie o adversário de Geraldo Alckmin na segunda etapa — ciente, no entanto, de que seu eleitorado pode (e é o provável) não seguir a sua orientação.


O outro destaque do encontro foi Henrique Meirelles, o ex-presidente do Banco Central, o goiano com domicílio eleitoral em São Paulo. Kassab o quer candidato ao Senado, num esforço, é evidente, de atrair o eleitorado mais conservador — um tipo de conservadorismo, no entanto, que conta com a simpatia do mais importante de todos os petistas: Lula, a cujo governo Meirelles serviu como presidente do Banco Central.


Desde 1998, os tucanos têm aos menos um candidato, digamos assim, jogando no campo à sua direita: Francisco Rossi (1994), Paulo Maluf (1998 e 2002) e Celso Russomano (2010). Em 2006, o principal adversário não-esquerdista de Serra foi Orestes Quércia, que era um clássico do PMDB. Desta feita, Alckmin terá, como sempre, o PT à sua esquerda, mas vai encarar dois que mobilizam votos à sua direita: Kassab e Skaf. O que esse eleitorado fará num eventual segundo turno pode decidir a eleição.







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