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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cresce tensão na Ucrânia. E os erros de cálculo

As coisas vão mal na Ucrânia. Estão tomando um péssimo rumo. Há levantes de russos em vários pontos do Leste do país. Neste domingo, um confronto entre separatistas e forças legais fez cinco feridos e matou um oficial de segurança do Estado.


O governo provisório mandou forças militares para a região para recuperar prédios públicos ocupados e tentar conter a ofensiva. A ordem é usar o rigor extremo se necessário. O governo da Rússia já protestou e deixou claro que se sente impelido, se preciso, a defender a maioria russa da região — vale dizer: recorrerá à força. Moscou fala no risco de uma guerra civil e não descarta, se for o caso, um conflito militar. Vladimir Putin deslocou nada menos de 50 mil homens para a fronteira.


Pois é… E agora? Parece evidente que a Rússia, quando menos, não esta desestimulando os separatistas. O governo ucraniano acusa o país vizinho de organizar e insuflar o conflito. Depois do que se viu na Crimeia, como duvidar? Vejam bem: é claro que, se só um pouco disso for verdade (e deve ser muito), a Rússia esta violando acordos internacionais de que ela própria é signatária. É moral e politicamente inaceitável? É. Mas e a realidade de fato?


Antes de dar um pé nos respectivos traseiros da Rússia e do então presidente, não custa lembrar!, legítimo da Ucrânia, Viktor Yanokovich, os líderes dos “revolucionários de Kiev” deveriam ter levado em consideração a vizinhança. Sim, vizinhança é um critério importante da política externa e das relações internacionais desde que o mundo é mundo.


Quando os EUA, há alguns anos, decidiram mandar mais alguns assessores militares para Colômbia, no programa de cooperação de combate ao narcoterrorismo das Farc, sabem quem protestou? O Brasil! Considerou que os americanos estavam interferindo excessivamente na América do Sul.


É evidente que não estou condescendendo com os motivos de Putin. Mas avalio, desde o começo dessa crise, que tanto o Ocidente como as novas lideranças de Kiev deveriam ter levado em conta a reação russa, com quem a Europa também não quer bater de frente por causa do gás.


Infelizmente, é preciso fazer a pergunta: o Leste da Ucrânia vale uma guerra das potências ocidentais com a Rússia? É evidente que a resposta é “não”. E Putin sabe disso. Claro, poderíamos perguntar se os Sudetos valiam uma guerra da França e da Inglaterra com a Alemanha… Por mais que Hillary Clinton tenha evocado Hitler para se referir a Putin, todo mundo sabe que o presidente russo não pretende nem invadir a Europa nem dominar o mundo… Não era o caso do “pintor de paredes”…







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