Não! Temer não escapou da artilharia. O caso do corruptor chocado

Não! Nem o presidente Michel Temer escapou da delação do Findomundistão! Márcio Faria da Silva, um dos executivos que fez delação, diz ter participado de uma reunião, em 2010, no escritório político de Temer em São Paulo, comandada pelo então candidato a vice de Dilma Rousseff.

Embora não se tivesse tratado de valores, segundo Farias, o tema do encontro era uma comissão de 5% reivindicada pelos peemedebistas em razão de um contrato com a Petrobras.

Teriam participado dessa reunião Rogério Araújo, também executivo do grupo, e os então deputados federais peemedebistas Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), além do lobista João Augusto Henriques.

Outros executivos trataram desse suposto pagamento em suas respectivas delações e teriam entregado provas das parcelas de pagamento.

O ex-deputado Eduardo Cunha fez em sua defesa um questionamento a Temer: teria ele conhecimento de “alguma reunião sua [dele] com fornecedores da área internacional da Petrobras com vistas à doação de campanha para as eleições de 2010, no seu escritório político, juntamente com o sr. João Augusto Henriques”.

Moro indeferiu a pergunta e considerou que ela poderia conter um conteúdo semelhante a uma chantagem.

O executivo escreveu o seguinte no termo que entregou aos procuradores:

“Foi a única vez em que estive com Michel Temer e Henrique Eduardo Alves e fiquei impressionado pela informalidade com que se tratou na reunião do tema ‘contribuição partidária’, que, na realidade, era pura propina”.

Ah, Faria! Menos, não é? Quer dizer que o homem é do tipo que paga suborno, mas fica chocado quando o outro cobra ou aceita alegremente o pagamento.

Em sendo verdadeira a reunião, Faria nunca tinha passado por isso antes?

Sabem o que é notável nessas coisas? Se a Odebrecht tivesse dito, então, um sonoro “não pago a propina”, teria acontecido o quê?

Ok, vá lá o cara ser delator… Mas posar de professor de Educação Moral e Civismo? Aí já é um pouco demais, né?

Temer negou a acusação com veemência. A Secretaria Especial de Comunicação da Presidência afirmou em nota que “o presidente Michel Temer jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria” e que “o presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos”.

Arquivado em:Brasil, Política

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