Michel Temer já está fora da coordenação política. Aconteceu até antes do esperado. A razão é simples. Do lado de lá, há um trupe de trapalhões e prepotentes. Para todos os efeitos, o vice avisou que está fora, vamos dizer, do varejo. Não negocia mais emendas e cargos — a parte, vamos dizer, material do apoio da base aliada. Eliseu Padilha, da Aviação Civil, o peemedebista que o ajudava nessa função, mandou dizer que também não quer mais saber desse assunto.
Temer é vice-presidente da República. A exemplo de Dilma, foi eleito, e ela não pode demiti-lo. Para tosos os efeitos, ele continua na macrocoordenação, na interlocução política com o Congresso. É uma forma de não caracterizar um rompimento. Na prática, no que diz respeito ao interesse imediato de Dilma, isso não quer dizer nada. Para o país, é positivo que continue a acompanhar a política. Em algum lugar, tem de estar um ponto de equilíbrio.
Afirmei hoje de manhã aqui que nunca antes na história do país tantos trapalhões se juntaram ao mesmo tempo num só governo. O caso da decisão de reduzir ministérios — já escrevo a respeito — o prova de sobejo.
Há tempos o vice vinha deixando clara a sua insatisfação com o modo como as coisas se desenhavam. Arcava com o ônus de ser coordenador, mas sem espaço para trabalhar. Pior: tinha de enfrentar a sabotagem instalada no próprio Palácio do Planalto. Tornada pública a decisão de se afastar, Dilma não teve o trabalho de pegar o telefone para chamá-lo para conversar.
Há uma incompetência maníaca na companheirada. Reitero: do ponto de vista da temperatura da crise, para Dilma, essa macrocoordenação não quer dizer nada. É a forma como um vice-presidente sai do governo sem poder deixar a sua função de Estado.
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