Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, investigado na Operação Lava Jato, recebe em seu gabinete, na próxima segunda, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicado pela presidente Dilma para um segundo mandato de dois anos. O nome dele tem de ser aprovado pelo Senado.
Até havia alguns dias, Renan estava em guerra com o Palácio do Planalto. A indisposição era tal que ele chegou a devolver uma Medida Provisória. O ajuste fiscal, à diferença do que muitos pensam, travou foi no Senado, não na Câmara. Às possibilidades de diálogo com o governo, Renan reagia com ironia. Solicitou rede nacional de rádio e televisão para criticar o ajuste fiscal.
A coisa não parava por aí. A quem quisesse ouvir, mas nunca de público, Renan antevia uma situação difícil para Janot no Senado. Nunca chegou a prometer uma derrota, mas antecipava, quando menos, um resultado meio vexaminoso.
De repente, como em “Os Lusíadas”, um valor — que valor? — mais alto se alevantou. Renan se tornou a âncora da estabilidade, fala do longo prazo como se o amanhã fosse favas contadas, reúne-se até com ministro da Fazenda para debater suposta agenda de crescimento.
Renan está convicto de que não será denunciado por Janot, contando, na pior das hipóteses, com uma denúncia mixuruca, facilmente recusável pelo Supremo. A esta altura, o nome de Janot não corre mais riscos, e há a fundada esperança de que o presidente do Senado reverta três votos negativos para Dilma no TCU: Bruno Dantas, Raimundo Carreiro e Vita do Rêgo.
Republicanismo
Então tá… Janot vai ser sabatinado pelo Senado, e o encontro pode ter, digamos, um caráter institucional. Em si, uma reunião como essa, prevista na agenda, não tem nada demais. O que não pode acontecer, também em tese, são acertos nada republicanos que dispensem até mesmo reuniões, certo?
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