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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

PT já prepara discurso para se descolar de crise econômica e medidas impopulares


Fonte: GLOBO



Eis o que aconteceu, de forma bem resumida: o governo Dilma em particular e o PT em geral plantaram as sementes de uma grande crise econômica no Brasil, com inúmeros equívocos ideológicos e medidas populistas e irresponsáveis, depois negaram até a morte que era esta a situação, de olho apenas na reeleição, e agora praticam um escancarado estelionato eleitoral, adotando medidas que negavam serem necessárias há poucos dias.


Diante deste quadro evidente, os petistas sumiram, os eleitores de Dilma, cúmplices desse estelionato eleitoral, andam tímidos nas redes sociais, e a própria presidente trocou Davos pela Bolívia, buscando refúgio no colo do camarada Evo Morales. Não dá uma entrevista desde meados de dezembro, nossa “presidenta”.


E, para piorar, o instituto “intelectual” do partido divulga uma nota criticando as medidas “conservadoras e ortodoxas” de seu governo, ou melhor, de seu ministro da Fazenda, o “neoliberal” Joaquim Levy:


Um dia depois de o Ministério da Fazenda anunciar um pacote de aumento de impostos, a Fundação Perseu Abramo (FPA), do PT, divulgou um boletim com análise de conjuntura na qual afirma que a presidente Dilma Rousseff, no início deste segundo mandato, adota estratégia “bastante conservadora e ortodoxa na política econômica”. O documento ainda coloca em dúvida os efeitos do “ajuste recessivo” para alcançar os efeitos desejados. A Fundação Perseu Abramo foi criada em 1996 pelo PT para promover estudos e debates. Ela recebe pelo menos 20% dos recursos do Fundo Partidário destinados ao PT, de acordo com a Lei dos Partidos Políticos.


“O problema é que, diante da continuidade de um mundo em crise e da desaceleração abrupta do mercado interno (último motor de crescimento da economia nacional que ainda funcionava), a possibilidade desses ajustes aprofundarem as tendências recessivas da economia nacional não é desprezível”, afirma o texto.


A estratégia é evidente: o PT já vai preparando o terreno para criticar não o governo Dilma, não sua ideologia nacional-desenvolvimentista equivocada, não os erros do passado, mas o “neoliberalismo” de Levy e a inflexão da presidente rumo ao “conservadorismo ortodoxo”. Na hora da fatura, do acerto de contas, do inverno da cigarra, é preciso arrumar o bode expiatório para jogar a culpa. Ninguém melhor do que o “liberalismo”, aquele que passou mais longe do Brasil do que Plutão da Terra.


O vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, aquele da “lista negra” dos formadores de opinião que criticam o governo, ainda tentou bancar o pluralista, e disse:


O PT é um partido democrático, tem várias opiniões, e não necessariamente essa (da fundação) é a do conjunto do partido. Ele (Levy) é um especialista em finanças públicas, se ele está defendendo isso (aumento de imposto), é porque acha necessário para recompor o caixa do governo.


O PT é um partido democrático? Essa é boa. Uma cúpula que manda e desmanda dentro do partido, e que vem atacando nossa democracia há 12 anos, enfraquecendo seus pilares institucionais. Mas esse não é o ponto aqui. Quando Cantalice tece alguns elogios a Levy, é o PT adotando a tática do morde e assopra. É preciso se garantir para os diferentes cenários possíveis.


Enfim, que Levy sofreria “fogo amigo” ninguém tinha dúvida. Ele é um “fiscalista” ortodoxo que o PT e a própria presidente Dilma tiveram de “engolir” por extrema necessidade, com o Brasil sob risco de perder o grau de investimento e sofrer intensa fuga de capital. Mas não venham: 1) chamar suas medidas de “liberais”, pois liberal algum defenderia aumento de imposto num país como o Brasil; 2) acusar o tal “neoliberalismo” pelas agruras que as medidas de “ajuste fiscal” vão produzir.


É tudo responsabilidade da própria Dilma e do seu PT. Quem pariu Mateus que o embale!


Rodrigo Constantino







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